O preço do barril de Brent manteve hoje a tendência de baixa, com a cotação a cair 8,44 por cento face a sexta-feira.
O petróleo do mar do Norte está a encaminhar-se para os 22 dólares por barril no mercado de futuros de Londres, atingido pela perspectiva de uma forte contracção da procura global devido à pandemia da covid-19. O petróleo Brent, de referência na Europa, chegou hoje a cair cerca das 7:45 TMG para 22,77 dólares no International Exchange Futures, menos 8,44 por cento que no encerramento de sexta-feira, quando terminou a 24,87 dólares.
A procura internacional de petróleo tem estado a contrair-se devido às
restrições, em especial do transporte, impostas a nível global para travar a
pandemia da covid-19, que estão a provocar uma crise económica.
À contracção da procura global junta-se a guerra de preços iniciada pela Arábia
Saudita, que desceu o valor das suas exportações e ameaçou aumentar a produção
para ganhar quota de mercado em relação a outros grandes produtores, como a
Rússia ou os Estados Unidos.
A tendência de queda do preço de petróleo acentuou-se com o fracasso de uma
tentativa de acordo, no princípio deste mês, entre a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia, no sentido de chegar a acordo sobre
um corte adicional na produção para travar a situação.
“A partir de 01 de Abril, tendo em conta a decisão de hoje, ninguém – nem
os países da OPEP, nem os da OPEP+ (seus aliados) – tem a obrigação de baixar a
produção”, declarou aos jornalistas o ministro da Energia russo, Alexandre
Novak, após longas negociações em Viena.
Durante as reuniões, a Rússia recusou a proposta da OPEP de um corte colectivo
suplementar de 1,5 milhões de barris por dia até ao fim deste ano.
O impasse nas negociações levou a uma forte descida do preço do petróleo nos
mercados.
A OPEP tinha proposto à Rússia e aos outros nove países parceiros um corte
colectivo adicional de 1,5 milhões de barris por dia para não deixar que a
diminuição na procura provocada pela epidemia de Covid-19 prejudique os
esforços feitos nos últimos três anos para manter os preços, num mercado onde a
oferta é excedentária.